sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

IV Domingo do Tempo Comum


Alegrai-vos e exultai,
porque é grande nos Céus a vossa recompensa.
             
Escutamos hoje no Evangelho o prólogo do sermão da montanha. Nesta longa catequese (que ocupa três capítulos do Evangelho segundo São Mateus), Jesus apresenta aos seus discípulos o programa do Homem Novo, o cristão adulto. Nestas palavras condensa-se a Boa notícia que nos anuncia o amor e a misericórdia de Deus que nos criou para a verdadeira felicidade, que nos convida a fazer, em cada dia da nossa vida, a experiência da Páscoa e nos mostra já a bem-aventurança que nos está reservada.

Todos nós procuramos a felicidade, um projecto de vida que nos realize como homens. Hoje, o Evangelho fala-nos das bem-aventuranças, isto é, da verdadeira felicidade, do projecto de Deus para a realização plena do homem.

As bem-aventuranças são o prelúdio deste projecto de felicidade. No sermão da montanha Jesus contraria a lógica do mundo que nos convida a arriscar tudo neste mundo, no instante fugaz da felicidade. Jesus quer lançar-nos numa experiência nova, mais fecunda e duradoira, a da vida eterna e por isso, nas bem-aventuranças começa por apontar o horizonte futuro. A catequese do mundo é muito sedutora e leva-nos a considerar o dinheiro e a riqueza como a fonte da felicidade. Com Jesus aprendemos a usar as coisas terrenas, que são boas porque dadas por Deus, mas sem nos deixarmos prender por elas, sem pôr nelas a nossa segurança. Outra ilusão da felicidade é a ambição das glórias humanas, a cobiça do poder e o domínio dos outros, a justiça cega. No Evangelho Jesus contraria esta lógica e convida-nos a arriscar tudo n’Ele e só n’Ele.

A fé no Deus vivo e verdadeiro conduz-nos à experiência do abandono n’Ele que nos fez seus filhos e cuida de nós a todo o momento, que está atento até aos pequenos problemas da nossa vida. Somente a experiência da fé poderá abrir o nosso coração para esta esperança nova. Se vivemos como filhos de Deus, se nos lançamos na proposta das bem-aventuranças, experimentamos a verdadeira felicidade, mesmo no meio das dores e dos sofrimentos.

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