sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Domingo VII do Tempo Comum

Amai os vossos inimigos.

Entramos hoje no coração do sermão da montanha acompanhados pelas palavras de São Paulo aos Coríntios: “Ninguém tenha ilusões. Se alguém entre vós se julga sábio aos olhos do mundo, faça-se louco, para se tornar sábio. Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus...tudo é vosso; mas vós sois de Cristo e Cristo é de Deus”. Só assim, poderemos acolher as Palavra de Jesus: “não resistais ao homem mau. Amai os vossos inimigos”.

Para o mundo, estas palavras de Jesus são uma perfeita loucura. O mundo ensina-nos a entrar no ranking da competitividade, na justiça cega (“olho por olho e dente por dente”), em suma, a correr para o primeiro lugar desfazendo-nos de tudo aquilo e de todos aqueles que nos atrapalham nesse objectivo supremo: chegar ao topo da pirâmide, seja ela em casa, no trabalho, na comunidade ou num qualquer outro lugar onde se joga a nossa vida.

Como hoje corremos desenfreadamente pela vida não temos tempo de conhecer o Amor. Sim, porque corremos para atingir os objectivos do mundo nem nos damos conta que Deus deu a vida por nós e assim se manifestou o seu Amor. Deus ama-nos apesar dos nossos pecados e dos nossos fracassos e está disposto a amar-nos em cada queda que desfigure a nossa semelhança com Ele. Só fazendo esta experiência revolucionária do amor de Deus por cada um de nós podemos acolher este convite a amar os nossos inimigos, no fundo, a abraçar a cruz, livremente.

Com Jesus aprendemos que amar significa dar a vida, mesmo por aqueles que aos nossos olhos não são merecedores desse amor. Assim como Deus nos amou nos nossos pecados também nós somos convidados a amar, isto é, a dar a vida, pelos homens maus, pelos que nos roubam o dinheiro, o tempo e a tranquilidade do coração, pelos perfeitos e pelos imperfeitos.

Assim se concretiza o convite de Deus no Levítico e as palavras de Jesus no Evangelho: “Sede santos, porque Eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo”. A surpresa da santidade acolhe-se na humildade e na certeza de que Deus ocupa sempre o primeiro lugar e está atento às nossas quedas, sempre pronto a levantar-nos do sono e da morte.

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