sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Ressonância do Evangelho

Jesus nesta Palavra consegue tocar-me e agitar a minha vida. Perco-me frequentemente nos meus pensamentos e deambulo pelas minhas preocupações, porque tenho aquilo e o outro para fazer. Jesus diz-me “A cada dia basta o seu cuidado”, é com esta Palavra que devo tornar a minha vida serena e entregar-me à Sua providência com toda a confiança.

Não serei eu também um homem de pouca fé, quando dou importância e valor às exigências da vida?

Realmente a Palavra de Jesus consegue responder às minhas dúvidas, pois consigo perceber que primeiro devo servir Deus, os outros e orar, tudo o resto virá por acréscimo.
Perante uma vida de preocupações desordenadas, quero dar a Jesus uma resposta de serenidade e paz, sabendo que Deus Nosso Senhor não se esquece de mim e me ampara na Sua mão protectora.

Ricardo Simões Gomes
Catequista

Domingo VIII do Tempo Comum

Procurai primeiro o reino de Deus e a sua justiça,
e tudo o mais vos será dado por acréscimo.

Nesta peregrinação que todos somos chamados a fazer para a Casa do Pai confrontamo-nos, diariamente, com a questão do dinheiro e dos bens materiais. Nestes tempos em que a crise a recessão parecem tomar conta do nosso imaginário mediático e do nosso quotidiano, escutamos hoje estas palavras de Jesus: “ninguém pode servir a dois senhores… vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro”.

O desejo de felicidade, inscrito no coração de cada homem, é legítimo e conforme à vontade de Deus. No entanto, o homem, abandonando o seu Criador, cedo o substituiu por um deus menor (um ídolo), o dinheiro, que aparentemente nos oferece padrões de felicidade e bem estar. Na proposta do Evangelho, não se trata de desprezar o dinheiro e os bens materiais, a questão fundamental é esta: onde está o meu coração? Onde estão as minhas seguranças? Quem é o meu Deus? Onde e em quê, ou quem,  estou disposto a arriscar a minha existência e minha história?

Procurar primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, como nos convida Jesus no Evangelho, significa colocar a vontade de Deus acima de todas as coisas, significa arriscar no Senhor e acreditar verdadeiramente que “tudo o mais nos será dado por acréscimo”. Colocar a confiança no dinheiro, ou seja, sujeitar a história aos bens materiais, conduz a uma insegurança brutal, como vimos pela história recente, porque vem uma crise e acaba-se a tranquilidade; à preocupação desordenada com o dinheiro, que leva à inquietação, Jesus contrapõe a confiança, que gera a paz: “Não vos inquieteis… bem sabe o vosso Pai celeste do que precisais”.

Queridos irmãos, nós não vivemos ao acaso e Deus não se retirou de férias depois de nos ter criado. A nossa vida está escrita nas mãos de Deus, Ele é o nosso Pai e por isso está atento à nossa vida e sabe bem o que nos faz falta. Ousemos arriscar n’Ele e só n’Ele e não seremos defraudados! 

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A ilustração é a Vocação de Mateus de Caravaggio. Este episódio relatado no Evangelho demonstra bem como a Palavra de Jesus se faz carne na vida dos seus discípulos (ver Mt 9, 9-13).              

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Vida em Comunidade

22 de Fevereiro - Reunião do Movimento Cristão de Reformados - Vida Ascendente, às 15.00 h, na Igreja de S. José.
23 de Fevereiro - Reunião de Coordenação da Catequese, às 21.30 h., na Igreja de S. José.
24 de Fevereiro - Reunião da direcção do Centro Social.
25 de Fevereiro - Reunião de Pais da 3ª Etapa da Catequese, às 19.00 h, na Igreja de S. José.
25 de Fevereiro - Oração com Pais e Crianças da 1ª etapa da Catequese, às 21.30 h, na Igreja de S. José.
26 de Fevereiro - Formação de Catequistas de Catecúmenos, a nível Diocesano.
26 de Fevereiro - Reunião dos Ministros Extraordinários da Comunhão, com adoração do SSmº Sacramento, às 16.00 h., na Igreja de S. José.

Ressonância do Evangelho

Jesus vem em nosso auxílio com caminhos diferentes para sempre nos levar á salvação.
Perdoar é DAR-SE, pedindo perdão a Deus por não se julgar capaz de o fazer. Só o faremos com a sua Graça.
Porque esperamos?
Porque achamos que nos bastamos no nosso trono de pessoas sempre certas?
Não será uma falta de amor? Amor a Deus.
Só amando a Deus alcançaremos o outro. Qualquer que ele seja e nele veremos um sinal de esperança. Dessa esperança que é a certeza que mesmo com sofrimento, por nos humilhar-mos, teremos já e no futuro uma vida bem-aventurada que Ele nos deu. Neste nosso tempo em que Deus nos quis criar, e só nesse, sem comparações com outros, caminharemos todos os dias um pouco para sermos perfeitos como o nosso Pai celeste é perfeito.
Madalena Fonseca
Ministro Extraordinário da Comunhão

Domingo VII do Tempo Comum

Amai os vossos inimigos.

Entramos hoje no coração do sermão da montanha acompanhados pelas palavras de São Paulo aos Coríntios: “Ninguém tenha ilusões. Se alguém entre vós se julga sábio aos olhos do mundo, faça-se louco, para se tornar sábio. Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus...tudo é vosso; mas vós sois de Cristo e Cristo é de Deus”. Só assim, poderemos acolher as Palavra de Jesus: “não resistais ao homem mau. Amai os vossos inimigos”.

Para o mundo, estas palavras de Jesus são uma perfeita loucura. O mundo ensina-nos a entrar no ranking da competitividade, na justiça cega (“olho por olho e dente por dente”), em suma, a correr para o primeiro lugar desfazendo-nos de tudo aquilo e de todos aqueles que nos atrapalham nesse objectivo supremo: chegar ao topo da pirâmide, seja ela em casa, no trabalho, na comunidade ou num qualquer outro lugar onde se joga a nossa vida.

Como hoje corremos desenfreadamente pela vida não temos tempo de conhecer o Amor. Sim, porque corremos para atingir os objectivos do mundo nem nos damos conta que Deus deu a vida por nós e assim se manifestou o seu Amor. Deus ama-nos apesar dos nossos pecados e dos nossos fracassos e está disposto a amar-nos em cada queda que desfigure a nossa semelhança com Ele. Só fazendo esta experiência revolucionária do amor de Deus por cada um de nós podemos acolher este convite a amar os nossos inimigos, no fundo, a abraçar a cruz, livremente.

Com Jesus aprendemos que amar significa dar a vida, mesmo por aqueles que aos nossos olhos não são merecedores desse amor. Assim como Deus nos amou nos nossos pecados também nós somos convidados a amar, isto é, a dar a vida, pelos homens maus, pelos que nos roubam o dinheiro, o tempo e a tranquilidade do coração, pelos perfeitos e pelos imperfeitos.

Assim se concretiza o convite de Deus no Levítico e as palavras de Jesus no Evangelho: “Sede santos, porque Eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo”. A surpresa da santidade acolhe-se na humildade e na certeza de que Deus ocupa sempre o primeiro lugar e está atento às nossas quedas, sempre pronto a levantar-nos do sono e da morte.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Ressonância do Evangelho

O evangelho deste Domingo, lembra-me a tentação em que vivemos, basta olhar um pouco à nossa volta e vemos como somos frágeis perante tudo o que nos rodeia. A tentação espreita a cada esquina. É pois esta tentação e esta fraqueza e certa insegurança que me tornam forte de forma a ser capaz de sobreviver e conseguir corresponder àquilo que sinto que está correcto.

A vida tem sempre dois caminhos, e mesmo quando dou um passo no caminho errado, não há como voltar a trás e seguir o caminho da verdade e do amor. Dado que não estou sozinho nesta aventura da vida, tento partilhar todo o meu percurso, sendo assim as escolhas dos caminhos tornam-se muito mais fáceis e mais compensadoras. É pois com convicção que partilho o bom que é perante as adversidades que me vão sendo colocadas à frente da minha vida, conseguir contorná-las, e fazê-las vencer de forma inequívoca.
João Gouveia
Escuteiro

Domingo VI do Tempo Comum

Diante do homem estão a vida e a morte:
o que ele escolher, isso lhe será dado.

As palavras que hoje escutamos no Livro de Ben-Sirá recordam-me um dos primeiros escritos da comunidade cristã, a Didaché ou Doutrina do Senhor às nações por meio dos doze Apóstolos: “Há dois caminhos: um da vida e outro da morte, mas a diferença entre os dois caminhos é grande”. A chamada doutrina das duas vias ou dos dois caminhos, é hoje, como sempre, muito actual porque fala de nós, da nossa vida e das nossas opções concretas. No drama da nossa existência debatemo-nos sempre com esta encruzilhada. Que caminho seguir para chegar à meta? Há um critério fundamental para o discernirmos - é o Amor.

Revelado plenamente em Jesus Cristo, o Amor não nos é apresentado no Evangelho como um sentimento mas sim como a oblação que o Filho faz de si mesmo ao Pai e, por meio do Pai, a cada um de nós. O Amor é por isso a oferta da própria vida, a entrega generosa a Deus e ao próximo “com todo o coração, com toda a alma e com todas as forças”. Em Jesus crucificado contemplamos a plenitude do amor: Ele não guardou nada para Si, no patíbulo da cruz esvaziou-se e fez da sua vida um dom para que hoje, eu e tu, possamos viver na liberdade dos filhos de Deus.

Assim percebemos e acolhemos as palavras de Jesus no sermão da montanha que hoje de novo somos chamados a escutar: “Ouvistes o que foi dito aos antigos… eu porém digo-vos”. Não se trata de endurecer a antiga lei mas de a conduzir à plenitude; o critério, mais uma vez é o Amor: se guardamos alguma coisa para nós não somos dignos de entrar no Reino dos Céus. Escolher o caminho da vida significa confiar-me nas mãos do Pai e não nas minha forças, entregar-me à Sua vontade e não deixar que o meu coração se perturbe com o que posso perder ou ganhar.  Significa também dar espaço ao outro, acolhê-lo não como um adversário mas como um dom e, partindo desse amor de Deus que a todos quer alcançar, palmilhar com ele o caminho da vida que nos levará ao Pai.   

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Domingo V do Tempo Comum


Vós sois o sal da terra e a luz do mundo.
             
Depois das bem-aventuranças entramos hoje no Sermão da Montanha, nas palavra que Jesus dirigiu às multidões, rodeado dos seus discípulos, e hoje a cada um de nós.

Jesus utiliza duas imagens correntes, a luz e o sal, para falar da nossa vida e da nossa vocação. Imaginemos uma vela acesa: para dar luz essa mesma vela consome-se; uma candeia alimentada pelo azeite vai, paulatinamente, consumindo o precioso fruto da oliveira para cumprir a sua missão. Do mesmo modo, o sal perde-se no meio do caldo para dar sabor aos alimentos, morre para dar sabor. Assim são os cristãos: chamados à intimidade com Cristo, no seu dia-a-dia são convidados a fazer esta mesma experiência da luz e do sal que aponta para o mistério da Páscoa. Chamados a participar da morte de Jesus, no segredo da vida que se entrega e não se guarda, também com Cristo participaremos na Vida que não tem fim, nesta bem-aventurança que enquadra todas as palavras do sermão da montanha.

Mas como ser luz do mundo e sal da terra? Uma parte da resposta está na profecia de Isaías que escutámos na primeira leitura: “reparte o teu pão com o faminto, dá pousada aos pobres sem abrigo, leva roupa ao que não tem que vestir e não voltes as costas ao teu semelhante. Então a tua luz despontará como a aurora”. Como diria São Josemaria Escrivá, “não há outro caminho, meus filhos: ou sabemos encontrar Nosso Senhor na nossa vida corrente ou nunca O encontraremos” (in Amar o mundo apaixonadamente).

Que a Virgem Mãe de Deus que nos deu a Luz do Mundo nos ajude a ser, no meio do mundo, na nossa vida concreta, em nossa casa, no trabalho, na escola, na Comunidade Cristã, luz que esclarece e ilumina e sal que dá sabor e que se perde para a todos encontrar.