Habite em vós com abundância
a palavra de Cristo.
Ainda junto ao presépio, a Igreja celebra hoje a Festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José. Foi no seio de uma família humana que se realizou o mistério da Encarnação do Verbo de Deus, pelo qual Deus feito homem habita entre os homens. É neste quadro familiar que decorrem os anos íntimos e silenciosos da infância e da juventude de Jesus e que se torna um modelo para todas as famílias.
Nos nossos dias, a família passa por transformações profundas que lhe alteram o rosto e a afastam do plano salvífico de Deus. Na verdade, a família, fundada no sacramento do Matrimónio e chamada a acolher o dom da vida nos filhos que Deus lhes dá, é um sinal luminoso desse amor gratuito e generoso com que Deus ama cada homem.
O problema do homem contemporâneo, e por isso também da família, é que hoje norteiam-nos os ídolos do bem-estar e do prazer e, nesse sentido, tudo o que exige sacrifício, cedência, humildade, simplicidade, é encarado com desconfiança. A ditadura do relativismo e do hedonismo destroem a família, esse santuário doméstico onde Deus se encontra com cada homem e lhe dá a conhecer os caminhos da vida.
Apoiados no amor de Deus e na sua infinita misericórdia, nestes tempos que são os nossos, somos chamados a ser luz para esta sociedade, somos convidados a mostrar ao mundo que ainda vale a pena apostar na família como projecto de Deus para a felicidade do homem e por isso acolhamos a exortação de São Paulo que escutamos hoje na segunda leitura: “Como eleitos de Deus, revesti-vos de sentimentos de misericórdia, de bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente. Acima de tudo, revesti-vos da caridade”. Que a Sagrada Família interceda pelas famílias de todo o mundo e as ajude a não desistir do projecto de Deus perante as dificuldades.
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