sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Domingo VI do Tempo Comum

Diante do homem estão a vida e a morte:
o que ele escolher, isso lhe será dado.

As palavras que hoje escutamos no Livro de Ben-Sirá recordam-me um dos primeiros escritos da comunidade cristã, a Didaché ou Doutrina do Senhor às nações por meio dos doze Apóstolos: “Há dois caminhos: um da vida e outro da morte, mas a diferença entre os dois caminhos é grande”. A chamada doutrina das duas vias ou dos dois caminhos, é hoje, como sempre, muito actual porque fala de nós, da nossa vida e das nossas opções concretas. No drama da nossa existência debatemo-nos sempre com esta encruzilhada. Que caminho seguir para chegar à meta? Há um critério fundamental para o discernirmos - é o Amor.

Revelado plenamente em Jesus Cristo, o Amor não nos é apresentado no Evangelho como um sentimento mas sim como a oblação que o Filho faz de si mesmo ao Pai e, por meio do Pai, a cada um de nós. O Amor é por isso a oferta da própria vida, a entrega generosa a Deus e ao próximo “com todo o coração, com toda a alma e com todas as forças”. Em Jesus crucificado contemplamos a plenitude do amor: Ele não guardou nada para Si, no patíbulo da cruz esvaziou-se e fez da sua vida um dom para que hoje, eu e tu, possamos viver na liberdade dos filhos de Deus.

Assim percebemos e acolhemos as palavras de Jesus no sermão da montanha que hoje de novo somos chamados a escutar: “Ouvistes o que foi dito aos antigos… eu porém digo-vos”. Não se trata de endurecer a antiga lei mas de a conduzir à plenitude; o critério, mais uma vez é o Amor: se guardamos alguma coisa para nós não somos dignos de entrar no Reino dos Céus. Escolher o caminho da vida significa confiar-me nas mãos do Pai e não nas minha forças, entregar-me à Sua vontade e não deixar que o meu coração se perturbe com o que posso perder ou ganhar.  Significa também dar espaço ao outro, acolhê-lo não como um adversário mas como um dom e, partindo desse amor de Deus que a todos quer alcançar, palmilhar com ele o caminho da vida que nos levará ao Pai.   

1 comentário:

  1. "Que caminho seguir para chegar à meta? Há um critério fundamental para o discernirmos - é o Amor.

    Escolher o caminho da vida significa confiar-me nas mãos do Pai e não nas minhas forças, entregar-me à Sua vontade e não deixar que o meu coração se perturbe com o que posso perder ou ganhar.

    ... dar espaço ao outro, acolhê-lo não como um adversário mas como um dom e, ...
    palmilhar com ele o caminho da vida que nos levará ao Pai."

    Sê Tu Senhor, desejo e humildade em nós, para o acolhermos:o Amor

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