sexta-feira, 27 de maio de 2011

Diálogo do VI Domingo do Páscoa

Não vos deixarei órfãos.
          Antes de subir para o Pai, Jesus, no chamado discurso de despedida, anuncia aos seus discípulos o dom do Espírito Santo. Diante do anúncio da Páscoa, os discípulos ficam perturbados e confundidos porque esperavam do Messias um outro caminho que não o da cruz; é neste contexto que Jesus lhes promete um outro Paráclito, o Espírito da verdade “para estar sempre convosco”.
           Ao prepararmo-nos para celebrar a grande Festa do Pentecostes vemos cumprir-se na nossa vida esta promessa de Jesus. Na verdade, o dom sublime da Páscoa é o Espírito Santo que faz de nós filhos de Deus e nos mantém unidos a Ele. É pelo Espírito Santo, o outro Defensor que nunca nos deixa sós, que hoje temos acesso ao mistério de Deus, que experimentamos o amor e a misericórdia do Senhor que se torna presente no meio das nossas tribulações e é o amparo na nossa fraqueza.
           Na Páscoa cumpre-se verdadeiramente esta promessa de Jesus que escutamos hoje no Evangelho: “não vos deixarei órfãos”. A força da Igreja e dos cristãos não está nos pensamentos piedosos, na inteligência, na diplomacia, na filosofia, no direito canónico, na sua organização. O Espírito Santo é a fonte e o segredo da coragem e do atrevimento do crente e da própria Igreja. É a força dos profetas, dos apóstolos e dos mártires, é o alento que hoje nos permite viver a audácia e a radicalidade da conversão, é a esperança e a robustez que dá a esta peregrinação um sabor novo marcado pela ousadia de buscar sempre um horizonte novo, aquele mesmo da eternidade.
           Nestes tempos marcados pela crise e pelas dificuldades que dela emergem é consolador saber que não estamos sós, que o Senhor permanece connosco e nos convida a viver unidos a Ele para O reconhecermos em cada dia da nossa vida.
         

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