sexta-feira, 11 de março de 2011

Domingo I da Quaresma

          
Está escrito: «Nem só de pão vive o homem,
mas de toda a palavra que sai da boca de Deus».
             

              Aproxima-se a celebração do Mistério pascal, o centro e o cume do Ano Litúrgico. Cristo, vivo e ressuscitado, passa pela nossa vida para nos arrancar do poder da morte e do pecado. Preparamo-nos para a noite santa onde somos chamados a renovar as promessas do baptismo e “a reafirmarmos que Cristo é o Senhor da nossa vida, daquela vida que Deus nos comunicou quando renascemos da água e do Espírito Santo e reconfirmamos o nosso firme compromisso em corresponder à acção da graça para sermos seus discípulos” (Papa Bento XVI, Mensagem para a Quaresma de 2011).

No início do itinerário quaresmal somos interpelados pela Mensagem do Papa: “Para empreender seriamente o caminho rumo à Páscoa e nos prepararmos para celebrar a ressurreição do Senhor, o que pode haver de mais adequado do que deixar-nos conduzir pela Palavra de Deus?” Aqui está o segredo da Páscoa: escutar em primeiro lugar a voz de Deus. Jesus vence o combate com o demónio no deserto porque escutou a Palavra de Deus e a pôs em prática, fez dela o seu refúgio e baluarte, não procurou a vida fora do Pai porque, no Pai, faz a experiência do abandono e do amor fecundo.

A Liturgia deste Domingo contrapõe Adão, que se escuta a si mesmo, e Jesus Cristo que se alimenta de toda a Palavra que sai da boca de Deus. É este o desafio da peregrinação que somos convidados a fazer: o que está primeiro? Quem está primeiro? A minha vontade ou a vontade de Deus? As minhas forças ou a providência do Pai? As minhas ideias ou as rotas apontadas por Deus para chegar bom porto? Escutar este combate de Jesus com o demónio é um convite a acolher no coração a palavra do Shemá: “Amar a Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças”.

A Igreja, na sua sabedoria, oferece-nos as três armas para o combate espiritual nestes quarenta dias: a oração, a esmola e o jejum. Pegar nestas armas é um desafio à conversão do coração que se relativiza e coloca sempre Deus e os outros em primeiro lugar.

Não tenhamos medo de começar o caminho, o Senhor é bom e não nos desamparará.

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