sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Diálogo do XXXII Domingo do Tempo Comum

Não é um Deus de mortos, mas de vivos, porque para Ele todos estão vivos.

A Palavra deste Domingo transporta uma boa notícia: fomos criados para a Vida. Ainda trazemos na memória a celebração da Solenidade de todos os Santos e a Comemoração de todos os fiéis defuntos, cuja celebração nos despertou este sentido da eternidade.

Mas que vida é esta que nos está reservada? Escutemos o Papa Bento XVI na sua Encíclica Spe salvi: "A única possibilidade que temos é procurar sair, com o pensamento, da temporalidade de que somos prisioneiros e, de alguma forma, conjecturar que a eternidade não seja uma sucessão contínua de dias do calendário, mas algo parecido com o instante repleto de satisfação, onde a totalidade nos abraça e nós abraçamos a totalidade. Seria o instante de mergulhar no oceano do amor infinito, no qual o tempo já não existe. Este instante é a vida em sentido pleno, um incessante mergulhar na vastidão do ser, ao mesmo tempo que ficamos simplesmente inundados pela alegria". (Spe Salvi, 12)

Deus é fiel às suas promessas e quando nos deixamos conduzir pela Sua vontade é-nos dado a saborear, já hoje, esta Vida que não tem fim, que nos permite levantar da morte e do pecado, do absurdo de uma existência que não aspira às coisas do alto. O testemunho dos sete irmãos e da sua mãe, no Livro dos Macabeus, mostra-nos que as realidades temporais e a escravidão a que conduzem o nosso coração quando nos deixamos arrastar por elas, não têm comparação com a Vida Eterna oferecida gratuitamente por Deus.

O testemunho da ressurreição é também o testemunho da esperança que se abre a um mais além, que encontra um horizonte rasgado na certeza que Jesus ressuscitou como Primogénito dos mortos e que, com Ele, ressuscitarão todos aqueles que Lhe pertencem.

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