terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Excertos da homilia do Papa Bento XVI na Missa da Noite de Natal de 2010

"Este menino é verdadeiramente Filho de Deus, é verdadeiramente «Deus de Deus, Luz da Luz, gerado, não criado, consubstancial ao Pai». Fica superada a distância infinita entre Deus e o homem. Deus não Se limitou a inclinar o olhar para baixo, como dizem os Salmos; Ele «desceu» verdadeiramente, entrou no mundo, tornou-Se um de nós para nos atrair a todos para Si. Este menino é verdadeiramente o Emanuel, o Deus-connosco. O seu reino estende-se verdadeiramente até aos confins da terra".
"Este menino acendeu, nos homens, a luz da bondade e deu-lhes a força para resistir à tirania do poder. Em cada geração, Ele constrói o seu reino a partir de dentro, a partir do coração. Mas é verdade também que «o bastão do opressor» não foi quebrado. Também hoje marcha o calçado ruidoso dos soldados e temos ainda incessantemente a «veste manchada de sangue» (Is 9, 3-4). Assim faz parte desta noite o júbilo pela proximidade de Deus. Damos graças porque Deus, como menino, Se confia às nossas mãos, por assim dizer mendiga o nosso amor, infunde a sua paz no nosso coração. Mas este júbilo é também uma prece: Senhor, realizai totalmente a vossa promessa. Quebrai o bastão dos opressores. Queimai o calçado ruidoso. Fazei com que o tempo das vestes manchadas de sangue acabe".
"Deus precedeu-nos com o dom do seu Filho. E, sempre de novo e de forma inesperada, Deus nos precede. Não cessa de nos procurar, de nos levantar todas as vezes que o necessitamos. Não abandona a ovelha extraviada no deserto, onde se perdeu. Deus não se deixa confundir pelo nosso pecado. Sempre de novo recomeça connosco. Todavia espera que amemos juntamente com Ele. Ama-nos para que nos seja possível tornarmo-nos pessoas que amam juntamente com Ele e, assim, possa haver paz na terra".

1 comentário:

  1. "Este menino acendeu, nos homens, a luz da bondade e deu-lhes a força para resistir à tirania do poder. Em cada geração, Ele constrói o seu reino a partir de dentro, a partir do coração.
    ... espera que amemos juntamente com Ele. Ama-nos para que nos seja possível tornarmo-nos pessoas que amam juntamente com Ele e, assim, possa haver paz na terra".

    Em cada geração, Ele constrói o seu reino a partir de dentro, a partir do coração.


    "Há dez dias passei dois dias no Haiti. ...
    No domingo de manhã, cerca de 400 crianças reuniram-se na casa das irmãs da Madre Teresa para a eucaristia. A maior parte eram órfãos. Numa sala vizinha havia bebés. Muitos estavam gravemente doentes.
    Continuo marcado por esse momento passado com os bebés. De onde vêm? Vão viver durante muito tempo? – perguntas sem resposta. Contudo, estar ali, perto deles, a ver como eles procuravam o nosso olhar, foi um momento de profunda compaixão.
    A compaixão não tem apenas um único sentido. Ao dar, nós recebemos...
    ... como pode a compaixão preencher sempre, e antes de mais, as nossas existências. Há pobrezas e injustiças mesmo ao pé de nós, mesmo nas sociedades ricas. O que desperta a minha generosidade? Será que ouso ir ter com os que sofrem, mesmo com as minhas mãos vazias? Será que podemos estar mais atentos ao nosso estilo de vida para concretizar a solidariedade com os que são mais pobres?
    Sim: a alegria de viver que todos procuramos encontra-se também nesta abertura aos outros, e em primeiro lugar aos que nos são confiados e que estão mesmo ao pé de nós. A opção pela alegria é inseparável da opção pelo homem, pelo nosso próximo".

    Ir. Alois, hoje em Roterdão, na celebração de final de ano. 33º Encontro Europeu de Jovens

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